20 June 2009

Verdade seja dita...

Sabe aquela frase de pára-choque de caminhão: "quanto mais conheço as pessoas, mais gosto do meu cachorro"?
So true....

Eu sempre me considerei uma pessoa humanista, acima de tudo. Aliás, a expressão "existencialista-humanista", muito ouvida durante os anos de análise, realmente ficou em mim.

Porque as pessoas são capazes de me surpreender de formas tão maravilhosas... são capazes do incapaz, de amor e piedade, e desprendimento total, que chega a me chocar.

Mas as pessoas também são loucas, né? Como na frase do Cheshire Cat de Alice: eu, você... somos todos.

Alguém aí viu aquele filme com o Robin Williams, "Amor além da vida"?

Sabe quando a mulher dele vai pro inferno, e ele pergunta a outra alma o que é inferno? Eu sempre adorei a explicação (mais ou menos assim):

'Inferno é quando a pessoa fica presa em seu mundo pessoal de loucura, sem deixar ninguém entrar e sem conseguir sair. Ela só consegue enxergar aquilo."

O engraçado, é que eu não acho que isso seja o inferno. Eu acho que isso seja AQUI. Acho uma grande coisa quando o ser humano consegue se distrair da sua própria loucura, e interagir fora de sua bolha existencial com outro ser humano.

Isso se chama empatia. Conseguir se colocar no lugar do outro. Conseguir olhar além de si mesmo. Não estou falando de egoísmo. Conheci muitas pessoas realmente altruístas que simplesmente, por melhor que fossem, não conseguiam enxergar além da própria verdade. Da realidade que eles pintaram pra si mesmos.

Sequer se questionar "e se...". E se eu estiver errado? E se isso puder ter outro lado? E se a minha opinião é que for muito radical?

E essa capacidade de questionamento é tão bonita.... é o mais perto de perfeição de alma que eu enxergo. Com um ser humano melhor, mais evoluído. Além de suas loucuras, de seus argumentos.

Se o homem quisesse evoluir, chegar ao paraíso, encontrar Deus (ou a divindade que fosse), não deveria se ajoelhar e rezar: deveria se levantar e se colocar no lugar do outro. Não ser igual, mas entender as verdades da humanidade. Ter compaixão. Aceitar as diferenças. Sair de seu casulo de verdades, de sua realidade, e aceitar que o mundo não é só ele.

Não é só o que ele vive. Aceitar que ele não é... nada. Porque eu estou segura que aceitar a própria insignificância no esquema geral das coisas, é o caminho.

Abole a prepotência, abole a soberba, abole a ignorância...

Mas sim, somos todos loucos. Uns menos (mais controlados), outros mais. Desculpe esse papo, mas é que tem dias em que realmente é mais difícil conviver com a humanidade pra mim ....

Por mais bonita que ela tb consiga ser....às vezes.

No comments:

Post a Comment