04 February 2010

Dan meu amigo, não estamos sós...temos um forte aliado..rss

“A bichinha está palanqueira”, decidiu o presidente Lula, caprichando na pose de professor de eleição, depois de outro discurso indigente de Dilma Rousseff. O padrinho sabe que a afilhada é um desastre. O que não sabe é que ele próprio é um palanqueiro bisonho. Bom animador de auditório, quase sempre em sintonia com o auditório, Lula está para um mestre dos comícios como estão os senadores brasileiros para um estadista inglês.


A oratória de palanque é o monólogo teatral em sua variação mais misteriosa e bela. Quem hipnotiza plateias com o monólogo de Hamlet talvez não consiga chegar ao fim do discurso na praça. Quem comove multidões com o monólogo improvisado brilhará em qualquer palco.

O grande ator interpreta cena por cena uma peça teatral que alguém criou. Segue o roteiro que memorizou e a plateia não pode modificar. O grande tribuno vai criando palavra por palavra a peça retórica admirável na forma e sólida no conteúdo. Segue um esboço de roteiro cujo desenvolvimento terá de improvisar e redesenhar com frequência, para ajustá-lo às reações da multidão. O domínio do palanque é uma forma superior de inteligência política.

Faz tempo que o Brasil virou um deserto de tribunos. Não é de hoje que se transformou num viveiro de oradores de botequim. Mas a Era da Mediocridade foi longe demais: pela primeira vez, um presidente da República escolhe para sucedê-lo no cargo alguém incapaz de expressar-se de modo inteligível.

Nas transcrições literais dos falatórios de Dilma Rousseff, não se encontra uma única frase sem incorreções, um único parágrafo sem derrapagens, um único raciocínio consistente, uma só ideia que denuncie um cérebro em atividade. Cada declaração é um espanto. Cada discurso é um naufrágio.
Para Lula, a bichinha já está palanqueira e vai longe. Esse não sabe o que diz. São ainda piores os que que enxergam Dilma como ela é e fazem de conta que estão vendo o que não há. Esses não dizem o que sabem. Esses fizeram a opção preferencial pelo cinismo. (Augusto Nunes, Colunista da Revista Veja, 04/02/2010)

2 comments:

  1. Oi Beth,

    Ainda bem!!!!!!

    Abraços

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  2. Hua, kkk, ha, ha, e eu pensando que era eu (o Dan)...

    Fique com Deus, menina Beth.
    Um abraço.

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